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Parque Histórico Carambeí – Um museu da cultura holandesa no interior do Paraná

Há muito tempo ouvi alguém falar de um tal Parque Histórico em Carambeí, no interior do Paraná. Trata-se de um parque que recria uma vila holandesa, os colonizadores da região. Morri de vontade, é claro! Não deu pra ir naquele ano, nem no seguinte, mas no inverno de 2019 decidimos conhecer! Não é que eu não conheça a história, mas adoro um “museu” interativo.  Se juntar a isso umas horinhas de carro com paisagens lindas e comida boa vira um final de semana perfeito!

Nosso ponto de partida foi Navegantes/SC. Saímos pouco antes das 7h de um sábado para chegar em Carambeí a tempo de almoçar. O plano foi feito com base no que eu tinha lido sobre o ótimo restaurante que tem no parque. O caminho foi super tranquilo, passamos pela linda serra de Curitiba e vimos o Parque Estadual Vila Velha pela estrada – ainda preciso dar um pulo lá!

A cidade

Primeiramente, a vila de Carambeí foi fundada em 1911 por imigrantes holandeses. Então, em 1966 tornou-se distrito de Castro, e somente em 1995 foi emancipada. É mais jovem que eu! 

Parque-Carambeí-vista

Em síntese, os imigrantes vieram de províncias norte holandesas, a Holanda do Sul e Frísia. O motivo era trabalhar na construção de uma ferrovia da Brazil Railway Company. Depois que chegava, cada família recebia um lote de terra, uma casa, uma canga de bois e três vacas leiteiras. Por outro lado, as famílias tinham a obrigação de fornecer leite e comida aos demais trabalhadores da ferrovia.

Dessa forma, se tornaram especializados na produção de leite e queijo, e se organizaram em forma de cooperativa para comercializar seus produtos. Logo depois, a Sociedade Cooperativa Hollandeza de Lacticínios, muito mais conhecida pela marca Batavo, foi criada em 1928 pela cooperativa.

Atualmente a economia local ainda é baseada na agropecuária, sendo uma das principais bacias leiteiras do país, em consequência da colonização e forte cooperativismo.

Parque Histórico Carambeí

Parque-Carambeí-pulo

O projeto privado de caráter social Associação Parque Histórico Carambeí surgiu com o objetivo de preservar a memória dos pioneiros holandeses na região e difundir a cultura dos imigrantes. E como era de se esperar, o projeto tem parceria com a Batavo.

O parque tem 100 mil metros quadrados, divididos em: jardim, casa de memória, vila histórica, museu do trator e dos implementos agrícolas, palco da sustentabilidade, pavilhão de exposição Frísia, parque das águas e restaurante.

Conforme tínhamos planejado, chegamos no horário de almoço e já paramos no restaurante típico que tem logo na entrada.

O Restaurante – Koffiehuis

O restaurante do parque se chama Koffiehuis e é amplo, com uma vitrine de doces na área de café e uma lojinha de souvenires anexa. Serve almoço típico holandês e indonésio nos finais de semana, e isso me deixou um pouco confusa. Eu esperava uma comida holandesa, porém os temperos indonésios prevaleceram. Não me entenda mal, estava delicioso, até meu pai que não gosta de comidas diferentonas gostou, mas não era o que eu esperava.

Valores: R$49,50 o Buffet livre e R$62,00 o Buffet por quilo.

Horários: almoço típico sábados, domingos e feriados, das 12h às 14h; confeitaria de terça a domingo, das 12h às 19h – serve almoço estilo brasileiro de terça a sexta.

No fim do passeio voltamos ali para tomar um café e experimentar algumas das tortas.

Jardim e Casa de Memória

Muito próximo ao restaurante fica o florido jardim e a guichê para compra dos ingressos. Você terá que passar por uma ponte levadiça, trazida da Holanda, que funciona duas vezes ao dia para teste e manutenção.

No jardim são representados os três símbolos fundamentais da colonização e formação histórica:

  • o peixe – representa a religiosidade cristã;
  • o semeador – representa a perseverança, educação e trabalho;
  • o cooperativismo – símbolo da associação humana para propósitos éticos comuns.

A Casa de Memória foi a primeira “parte” do parque a ser criada. Ali ficam diversas exposições, entre elas a maquete da comunidade no início da colonização, elementos festivos e casa do imigrante.

Esse setor fica antes da bilheteria, portanto é parcialmente aberta ao público.

Vila Histórica

Após atravessar a ponte você estará na Vila Histórica. Ela é a recriação do núcleo social onde as famílias se integravam à sociedade, base do estabelecimento da cidade. O primeiro ponto de interesse é a Casa Holandesa, recriação de uma residência holandesa da Era de Ouro. Ali é exibido um pequeno filme (cinco minutos) que conta a história da cidade. Ali fica disponível o aluguel de roupas típicas para fotografia – inclusive os tamancos de madeira.

Há uma bifurcação e optamos por ir para a vila em si, à direita. Então a segunda casinha que vimos abriga uma rica coleção de borboletas doada por Alida Verschoor Los e pertencia ao seu marido, Adolpho Los.

A estação de trem

Em seguida nos deparamos com a réplica da estação de trem Carambehy, que ficava no alto Carambeí e representa o motivo da vinda dos imigrantes para a região. Dentro da estação há baús, malas, relógios.

Depois vem a chácara, com residência, galpão, estábulo e poço. Ali fica um moinho d’água que era usado para moer cereais. É possível entrar nos ambientes. Na casa do colono é possível perceber que na cozinha se passava a maior parte do tempo de convívio, sendo a sala usada apenas em ocasiões especiais.

Ao lado da chácara fica a primeira igreja protestante da cidade, chamada Igreja Evangélica Reformada, símbolo da fé e união, um dos três pilares que sustentaram a colônia de imigrantes. As duas casas seguintes apresentam os diversos aspectos cultura holandesa e a interação com as demais etnias.

Em seguida há a fábrica de laticínios, que conta com um painel super didático sobre o processo de produção do leite, desde a vaquinha até a caixa de leite no mercado. Depois fica a charqueada, que representa o processamento de carne na colônia, uma escola onde não é possível entrar, e um banheiro – patente. Há ainda a casa da marcenaria e ferraria representando os materiais fundamentais para o desenvolvimento das atividades no local.

Parque das Águas

Foi inaugurado só em 2015 e apresenta as principais soluções holandesas para controle do fluxo de água para o desenvolvimento e tecnologias – diques, eclusas, pontes, guindastes, moinhos. A área é inspirada em Zandaam, mais parecida com a ideia de Holanda que temos.

Ali há algumas outras exposições, mas nessa hora já estávamos bastante cansados, então voltamos em direção ao restaurante.

Museu do Trator

Exposição do maquinário usado no processo agrícola. Confesso que achei pouco interessante.

Palco da Sustentabilidade e Pavilhão de Exposição Frísia – Parque Histórico Carambeí

Espaço para realização de apresentações artísticas e eventos.

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Tivemos muita sorte no dia da visita – um sábado de sol em meados de junho, o restaurante estava vazio, bem como o parque. Algumas vezes esbarramos com algum grupo, mas tivemos muita privacidade a maior parte do tempo.

Dica: abuse do repelente e protetor solar.

Estacionamento: dividido em duas grandes áreas, gratuito.

Ingresso: 20 reais inteira, 10 reais a meia entrada. Maiores de 60 anos e menores de 6 anos não pagam entrada. Gratuito às quintas (exceto feriados) 

Horário: terça a  Domingo das 10h00 às 17h00.

Atualizado em outubro/2021

No mesmo dia seguimos para Castro e planejamos passar o dia seguinte na Colônia Witmarsum, em Palmeira, o que foi uma ótima combinação para um final de semana.

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1 Comment

  1. […] o passeio no parque, seguimos adiante. Nossa ideia inicial era ficar hospedado em Carambeí, mas não encontramos muita […]

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