A princípio não foi Castrolanda que nos levou para o interior do Paraná. Nosso objetivo era visitar o Parque Histórico de Carambeí. e não sabíamos muito sobre a região, muito menos que em Castrolanda havia um moinho holandês de verdade!
Terminado o passeio no parque, seguimos adiante. Nossa ideia inicial era ficar hospedado em Carambeí, mas não encontramos muita informação sobre hospedagem na cidade. Então, optamos por nos hospedar em Castro, a 21km de lá. Não planejamos nada de especial na cidade nem pesquisamos muito sobre o local, afinal não era aquele o objetivo principal daquele pulo.
Maaas fomos muito positivamente surpreendidos! Em castro fica Castrolanda, outra colônia holandesa. Se tivéssemos pesquisado um pouco sobre, teríamos tido mais tempo para conhecer o lugar.
Castrolanda
A colonização holandesa aconteceu mais tarde por aqui do que em Carambeí, isso porque foram imigrantes pós guerra que se estabeleceram nesta colônia. Junto com as famílias veio a infraestrutura, por exemplo, gado leiteiro, tratores, implementos e equipamentos para indústria de laticínios. O início foi difícil, mas os colonos eram persistentes e sabiam muito bem trabalhar em equipe.
Por fim, o nome é a junção de Castro, cidade onde se estabeleceram, e Holanda, país de origem dos imigrantes. Hoje Castrolanda possui uma estrutura muito boa, inclusive com hotéis e pousadas – quero ficar ali no próximo pulo!
O moinho
O maior atrativo é a réplica em tamanho original – 37 metros de altura – do moinho de vento Woldzigt, do norte da Holanda. Nele fica o Memorial da Imigração Holandesa. São quatro andares para visitação, e já aviso que quanto mais alto você for mais difícil será a subida da escada de acesso. Há imagens em exposição do processo de colonização e desenvolvimento da região. O último andar é ruim de subir e pior ainda de descer – não estou sendo exagerada, acredite! Mas é lá do alto temos a vista mais livre. Em todos os andares é possível circundar o moinho por uma plataforma externa, ela é de metal e “vazada”.
No piso térreo existe um realejo – instrumento musical a manivela, que possui partitura de encaixe específico e com relevo, usado por músicos de rua na Holanda. A senhora que estava na recepção do memorial nos mostrou o funcionamento, tocou e nos deixou tocar algumas músicas. O interessante é que as notas são definidas na partitura, mas o ritmo da música é dado por quem gira a manivela.
Ali pudemos conhecer também o Grupo Folclórico Holandês de Castrolanda, do qual a comunidade tem tanto orgulho. Eles se apresentam nas festividades e tem alta participação social.
Anexo ao moinho há um restaurante e a loja de artesanato. Tínhamos pouco tempo, por isso deixamos isso para o fim da visita e quando voltamos ambos já estavam fechados.
Museu Histórico Castrolanda
O outro prédio do complexo abriga o Museu Histórico Castrolanda. O museu é bem novo, inaugurado em 2016, e representa a casa da fazenda – boerderij, típica do nordeste da Holanda, de onde a maior parte dos imigrantes vieram. Ali é exposto o interior da casa, artefatos e fatos da história da colônia e a interação entre as colônias holandesas no Brasil – eles realizam encontros dos imigrantes, jogos e competições.
Como chegamos muito próximo do horário de encerramento, não conseguimos apreciar todo o local com calma, mas assistimos um lindo pôr do sol.
Horários
Horário do Centro Cultural Castrolanda / Memorial da Imigração Holandesa / Moinho / Museu Histórico de Castrolanda: sexta a domingo e feriados, das 13h às 18h. Ingressos 15 reais inteira, 7,50 reais a meia entrada.
Horário do restaurante: diariamente das 11h30min às 13h; terça a domingo e feriado,: das 12h às 17h30min, almoço até às 13h.
Horário de café: de sexta a domingo e feriados, das 15h às 17h30.
Horário da loja de artesanato: sexta a domingo e feriados, das 14h às 18h.
Não estranhe: a área tem cheiro forte de processamento de cereais, o que pode ser um pouco incômodo para algumas pessoas.
Essa é a parte turística de Castrolanda, mas ali também funciona a cooperativa agroindustrial, uma das principais economias da região e responsável por parte da matéria prima da marca Batavo.
Além de Castrolanda
O combo Carambeí + Castrolanda dá uma visão ampla da colonização holandesa no sul do Brasil, que aprendemos na escola há tanto tempo e de forma tão superficial. É possível visitar ambas no mesmo dia, deixe livre cerca de duas ou três horas para cada um deles.
Além disso, em Castro fica o Museu Tropeiro, que mostra a história dos tropeiros nos Campos Gerais através do acervo de duas mil e quinhentas peças, dentre elas roupas típicas, cangalha e instrumentos de trabalho. Também é possível visitar a Paróquia Sant’Ana e avistar a região de cima do Morro do Cristo.
Nos hospedamos no Central Palace Hotel – limpo, ótimo atendimento, café da manhã com direito a ovos e tapioca feitos na hora.
No dia seguinte fomos em direção à Palmeira, onde existe uma Colônia Witmarsum.
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