Kruger - Eelfantes

O meu roteiro na África do Sul foi de duas semanas inteiras, com direito a safári, Rota dos Jardins, praia, parques nacionais, montanhas e museus. Para isso, passamos cerca de dez dias dormindo uma noite em cada lugar – só paramos por três noites no mesmo lugar quando chegamos à Cidade do Cabo. Cansativo? SIM! Mas essa era a melhor opção para otimizar o nosso pouco tempo para conhecer um país inteiro.

A viagem foi dividida em três grandes blocos: safári; Rota dos Jardins + vinhedo + Cidade do Cabo; e Joanesburgo. Então, vamos por partes.

Dia 1 – Joanesburgo – Kruger

Nosso voo chegou logo cedo em Joanesburgo, troquei dinheiro, comprei o chip da Vodacom, pegamos o carro locado e seguimos em direção ao Kruger. Já havíamos tomado café no avião, nos programamos para parar em algum mercado no meio do caminho – comprar água e suprimentos para os dias na reserva.

Kruger - pôr do solO trajeto previsto de cinco horas demorou um pouco mais que isso por causa das paradas para banheiro e compras. Podíamos ter pego um voo, também valeria a pena – o tempo entre idas e vindas de aeroporto seria semelhante, teríamos que trocar de aeroporto em Joanesburgo, mas gostamos de uma estrada e estávamos loucos para ver o país, por isso a escolha.

Chegamos ao Kruger em torno de 16h, apresentamos nossa reserva, preenchemos alguns formulários e recebemos as orientações de como se comportar ali dentro. Fomos em direção ao restcamp com os olhos atentos, já procurando por bichinhos – encontramos alguns no pequeno trecho.

Por (falta de) opção, ficamos em um bangalô sem muita estrutura. Não sabíamos o que nos esperava, por isso havíamos comprado frios, pães e instantâneos do tipo “acrescente água quente”. Estávamos exaustos e sabíamos que íamos acordar ao nascer do sol, por isso dormimos bem cedo.

Dia 2 – Kruger

Antes das 6h estávamos de pé, tomamos café e preparamos sanduíches para o dia. Fizemos o check out e seguimos cruzando o parque. Levamos um dia inteiro para percorrer míseros 200 km, parando a cada antílope, elefante ou girafa.

Paramos em outros restcamps com bastante estrutura: banheiro, restaurante, mercado e até mesmo posto de gasolina. A parada final foi lá pelas 17h, onde dormiríamos naquela noite. Compramos tudo o que precisávamos para fazer um churrasco no mercadinho do restcamp e, mais uma vez, dormimos muito cedo – exaustos e nos preparando para o dia seguinte.

Dia 3 – Kruger – Maninghi

África do Sul - safári

Seguimos nosso caminho pelo parque, parando em mirantes e restcamps quando necessário e chegamos à reserva privada logo depois das 14h. O acesso era muito ruim, com bastante buraco, mas ao chegar fomos recompensados com um lugar maravilhoso, verdadeiro oásis em meio à savana.

Instalamos-nos, almoçamos e curtimos o lugar. No fim da tarde fizemos o game drive – saímos de carro em busca de animais – com um dos anfitriões, finalizado com um bom Pinotage ao por do sol.

Mais tarde nos foi servido o jantar, interrompido pela presença de um leopardo muito próximo do lodge, fomos de carro até lá e depois terminamos o jantar.

O dia foi um pouco mais calmo, conseguimos relaxar bastante e nos preparar para o dia seguinte, que seria bem puxado.

Dia 4 – Maninghi – Rota Panorâmica – Casa na Árvore

Blyde River - Rota Panorâmica África do Sul

Dia cheio e um dos mais esperados no nosso roteiro pela África do Sul! As 6h já estávamos fazendo um game walk, uma caminhada em busca de bichinhos. A caminhada é bem leve, mas no meio do mato, então quando retornamos, os anfitriões nos deixaram livres para um banho antes do café da manhã. E que café da manhã! Acabamos nos enrolando para ir embora porque simplesmente não queríamos deixar o lugar.

Seguimos para a Rota Panorâmica, rodovia cheia de paisagens deslumbrantes. A primeira parada foi no meio da estrada, em uma bela curva, porque eu simplesmente não conseguia acreditar nas cores daquele lugar! Em seguida fomos para o cânion do Blyde River, pra mim a melhor parada. Não desci até o rio nem fiz grandes trilhas, só observei a paisagem porque sabia que havia atrasado a saída do Maninghi. Depois fomos até a God’s Window (Janela de Deus), mas já era fim de tarde e havia muita neblina, então a vista ficou bem comprometida. Ainda assim, deu para explorar um pouco as subidas e vistas do lugar.

A previsão era de 4h de deslocamento nesse dia e deveríamos chegar à casa da árvore antes das 18h, então não conseguimos ver muito mais. Seguimos direto para a fazenda onde passaríamos a noite, tivemos um pouco de dificuldade para encontrar e quando chegamos lá já era noite. Acontece que não havia energia elétrica no lugar, então nos restou apenas jantar e dormir cedo.

Dia 5 – Casa na Árvore – Joanesburgo – Port Elizabeth

Casa na árvore África do SulAcordamos bem cedo, já que não havia paredes – muito menos cortinas – na casa. De dia tudo parecia muito melhor, tomamos café tranquilamente, exploramos as redondezas e seguimos para estrada – 4h nos separavam de Joanesburgo, onde pegamos o voo para Port Elizabeth.

Paramos somente para abastecer, devolvemos o carro, despachamos malas e fizemos um lanche rápido em um fast food local – Wimpy – antes do voo.

Chegando a Port Elizabeth havia muita fila na locadora de veículos, por isso, demoramos mais do que gostaríamos. Seguimos para o nosso Airbnb, colocamos roupa para lavar e fomos explorar o waterfront. Aproveitamos para trocar mais dinheiro. O lugar é bem bonito e iluminado, com vários restaurantes. Preferimos voltar e jantar em um dos restaurantes perto de casa, onde poderíamos beber e voltar caminhando.

Dia 6 – Port Elizabeth – Jeffreys Bay – Tsitsikamma – Pletteberg

Port ElizabethAinda não tínhamos ido ao mercado, então nosso café da manhã foi em um café na rua de casa – isso depois de reorganizar a mala, que mudou de safári para litoral e um pouco frio.

Visitamos The Donkin Reserve, um tipo de praça-parque-jardim muito bonito e agradável bem no centro da cidade. Dali fomos ao píer principal e seguimos pela estrada mais próxima do mar em direção à Jeffreys Bay.

A distância prevista para o dia era pouco mais de 200 km, mas cheio de paradas pelo caminho.

Tsitsikamma Em Jeffreys Bay passeamos pela orla e tomamos um café. Seguimos ainda pelo litoral até “o parque das pontes” – Tsitsikamma. Ali nos demoramos mais, fizemos a pequena trilha até as pontes pênsil, realmente admiramos o lugar e nos prometemos dormir ali na próxima vez.

Depois fomos a Bloukrans Bridge, onde fica o maior bungee jumping de ponte do mundo. Não pulamos, apenas acompanhamos alguns dos corajosos, e em seguida seguimos para Plettenberg. Chegamos lá com chuva e a primeira parada foi no mercado. Depois de passar o dia na estrada e com o tempo chatinho, lavamos roupa e fizemos churrasco e ficamos na nossa casa super aconchegante.

Dia 7 – Plettenberg – Knysna – Mossel Bay

Rota dos Jardins - África do Sul

Havia mil planos no roteiro para esse dia na África do Sul, mas o clima não colaborou. Enrolamos em casa, esperando a chuva dar uma trégua – não rolou. Fomos a um centro comercial, conhecemos algumas marcas sul africanas, mas não fizemos grandes compras, afinal a ideia era só esperar a chuva passar mesmo – não passou. Adiamos ao máximo a saída da cidade – era menos de 150 km até a próxima hospedagem – mas não adiantou, São Pedro não colaborou.

Decidimos ir em direção à Mossel Bay, se não desse para fazer as paradas, estaríamos em casa no inicio da tarde. Paramos em um mirante de observação de baleias e depois em outro mirante em Knysna Head, onde ficamos cerca de 10 minutos antes de voltar a chover. No centro de Knysna ficamos um pouco mais, passeamos no píer, assistimos algumas pessoas jogando caiaque polo e seguimos viagem.

Deveríamos ter ido ao Addo Park ver elefantes de pertinho, mas o tempo não nos animou, além disso, já tínhamos visto tanto elefante nessa viagem que não fizemos tanta questão da parada. Desta forma, chegamos cedo a Mossel Bay, passeamos pela costa próxima à casa onde nos hospedamos, fomos no mercado e assistimos o por do sol no terraço.

Dia 8 – Mossel Bay – Cabo Agulhas – Endless

Cabo Agulhas - Garden RoutePasseamos por Mossel Bay antes de voltar para rodovia N2 em direção ao Cabo Agulhas, onde há o marco divisor entre os oceanos Atlântico e Pacífico. O desvio para ir até o cabo acabou nos tomando bastante tempo, além da fila – bem longa e civilizada – para ter uma foto no marco. 

A distância do dia era de 400 km, chegamos à vinícola no fim da tarde, descarregamos o carro e fomos logo para degustação – já estava no limite de horário para isso. Depois – levemente felizes pelas várias taças de vinho –  aproveitamos o lugar, relaxamos e jantamos.

Dia 9 – Endless – Muizenberg  – Cabo da Boa Esperança – Kalk Bay (Cape Town)

Vinícola África do SulCurtimos mais um pouco as instalações do vinhedo e no fim da manhã seguimos em direção à Kalk Bay, no subúrbio da Cidade do Cabo. Encantamos-nos com as paisagens da N2 e da Baía Falsa, o que nos rendeu algumas paradas em mirantes.

Muizenberg foi mais uma parada, mas não muito demorada. Ainda era cedo, por isso decidimos ir ao Cabo da Boa Esperança em seguida. Que arrependimento! A fila de carros para acessar o parque estava enorme, demoramos muito, o que nos obrigou a visitar apenas algumas partes do parque, que merece pelo menos uma tarde inteira.

Voltamos para pegar as chaves do apartamento e à noite saímos para jantar em um restaurante muito recomendado pelos locais.

Dia 10 – Kalk Bay – Boulders – Cape Town

Boulders - Pinguins na ÁfricaAcordamos cedo, vimos o sol nascer e tomamos um bom café em casa, depois fomos passear um pouco pela orla – ali também tinha algumas casinhas coloridas que eu queria ver de perto. Aproveitamos para trocar mais um pouco de dinheiro.

Em seguida, fomos ver pinguins no parque Boulders, o que levou pouco mais de uma hora. Seguimos em direção ao centro da Cidade do Cabo, mas optamos pela Chapmans Peak (M6), uma estrada cênica belíssima – e pedagiada. No meio da tarde almoçamos em Sea Point, outro bairro muito popular na Cidade e seguimos para o nosso apartamento.

Depois de instalados, fomos passear no V&A Waterfront e voltamos para jantar em casa – e lavar roupa.

Dia 11 – Cape Town (central)

Pôr do Sol Cidade do CaboSaímos caminhando de casa em direção ao Bo-Kaap, bairro popular por suas casinhas coloridas. Seguimos em direção ao centro, assistimos apresentações artísticas de rua muito emocionantes e fomos caminhando em direção ao Castelo. Passamos por alguns lugares interessantes, mas não nos sentimos muito seguros nessa região mais central, por isso não nos demoramos e chamamos um Uber quando saímos do castelo.

Fomos ao V&A almoçar no Food Market e depois passamos em casa. Era um dia atípico, fazia muito calor, o que nos deixou letárgicos, então esperamos o calor diminuir em casa, só então fomos à Camps Bay para assistir o magnífico por do sol.

Passamos mais uma vez no mercado e jantamos em casa.

Dia 12 – Cape Town (Table Mountain – Signal Hill – V&A)

Vista Table MountainAcordamos cedinho e fomos para a interminável fila do teleférico para a Table Mountain. O período que passamos no alto da montanha não foi longo, mas perdemos muito tempo no processo de subida – o passeio todo durou mais de cinco horas. Em um roteiro pela África do Sul,  deixe algumas opções de ida à Table Mountain, isso porque a visibilidade é muito variável, o que pode comprometer o passeio.

Aproveitamos para conhecer Signal Hill, observar a vista e nessa altura a fome já batia. Fomos ao banco, trocamos dinheiro e escolhemos um restaurante para almoçar.

Descansamos um pouco em casa e no fim da tarde fomos mais uma vez ao V&A, comprar souvenir, jantar, ouvir música e ver gente. 

Dia 13 – Cape Town – Feiras de Rua – Joanesburgo

Cidade do Cabo Dia de distribuir o peso nas malas e deixar Cape Town. Carregamos o carro e fomos passear no Old Biuscuit Market, onde compramos produtos locais e experimentamos muita comida de rua.

Ficamos algumas horas ali, depois estivemos no Green Market, mas o assédio dos vendedores era muito grande e não nos demoramos por lá. Por último fomos ao Snookies comer um fish and chips antes de ir para o aeroporto, devolver carro e embarcar para Joanesburgo.

Chegamos tarde a Joanesburgo, tivemos dificuldade para pegar o carro por causa disso, o que atrasou ainda mais nossa chegada ao hotel.

Jantamos sopa instantânea ali mesmo e encerramos o dia.

Dia 14 – Joanesburgo (Rosebank – Apartheid Museum – Mandela Square)

Joanesburgo - Mandela SquareComeçamos o dia com um bom café da manha em um dos restaurantes do Rosebank, passeamos pelo shopping, compramos algumas coisas no mercado e seguimos em direção a uma feira que acontece aos domingos. Chegando lá, o lugar não parecia tão seguro quanto os outros que já havíamos ido, por isso seguimos em direção ao Museu do Apartheid. Ficamos algumas horas no museu – é enorme, e depois fomos à Nelson Mandela Square. Almoçamos por lá e nos perdemos levemente na hora de ir embora – os prédios são interligados por dentro e também por uma passarela que atravessa a avenida por cima.

Voltamos para o hotel quando já era noite, fizemos as últimas compras de itens que queríamos trazer pra casa no mercado em frente, jantamos e arrumamos (mais uma vez) as malas.

Dia 15 – Joanesburgo – Brasil

Nosso voo partia ao meio dia, a manhã acabou sendo bem corrida, o aeroporto fica longe e toda aquela função de despacho de malas e embarque foi um pouco lento. Tomamos café da manhã já na porta de embarque.

Roteiro África do Sul – Impressões gerais

Garden Route South Africa

Os aeroportos em Joanesburgo são bem afastados e cheios, saia com antecedência. Eu particularmente não gostei da cidade, mas passar por ela é inevitável por ser o principal acesso ao país. Sugiro que fique no máximo duas noites.

Cape Town tem muita beleza natural, porém tudo fica bem espalhado, você pode dividir a estadia em dois pontos diferentes – um para curtir alguma praia e outro para conhecer a cidade.

A Garden Route é incrível, não faça correndo! Ficar uma noite em cada lugar foi inevitável no nosso roteiro pelo pouco tempo que tínhamos disponível na África do Sul, mas se puder, fique mais tempo, monte base em cidades estratégicas, como Plettenberg.

Não deixe de fazer um safári no Kruger! Recomendo pelo menos três dias procurando bichinhos.

O país tem lugares incríveis para relaxar, explore essas opções.

Confira os custos completos dessa viagem discriminados aqui.

Sugestão de roteiro  na África do Sul sem correria

Normalmente não é o que acontece comigo, o tempo é curto e a gente vai enxugando. Agora pensando em uma viagem mais calma:

  • 4 noites de safári
  • 4 noites na Cidade do Cabo (2 no centro, 2 na praia)
  • 5 noites na Rota dos Jardins
  • 2 noites em uma vinícola / Stellenboch
  • 2 noites em Durban

Me conta, como foi o seu roteiro na África do Sul? Se você ainda não foi, aqui tem aquelas orientações iniciais para tirar as dúvidas e começar a planejar.

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